Parte 25

- Eu consegui chegar aqui Laura, obrigado. Eu vou descobrir quem é o cara e vou embora, depois eu te conto, eu só estou um pouco nervoso porque a Mel nem sabe que eu estou aqui.

'' Então esse é o restaurante do desgraçado, tarado de mulheres.''

- Pois não, querido?

- Eu gostaria de falar com o dono daqui. 
- E é sobre o que? 
- Quero saber sobre emprego. 
- Espera só um pouquinho, eu vou ligar para ele descer.

- A mulher que trabalhava aqui de atendente foi mandada embora, então eu estou no lugar dela, por enquanto. 
- E por que ela foi demitida? 
- Ele disse que ela estava ameaçando ele, dizendo que ele estava fazendo coisas erradas e que denunciaria pra policia. 
- Que tipo de coisas erradas? 
- Ah, eu não quero ser fofoqueira, mas acho que sempre foi com as moças que trabalhavam por aqui. 
- Entendi, eu espero a senhora ligar, então.

- Tem um moço querendo falar com você aqui sobre emprego. Tudo bem, e olha, eu estou esperando o meu macarrão com molho de churrasco, sabia? Eu estou com fome, senão eu vou embora. 

'' Que mulher mais engraçada e... gulosa hehe'' 

- Me desculpe querido, é que eu estou com fome. 
- Que isso, todo mundo sente fome. 
- Mas ele já está vindo aqui falar com você. Eu vou lá comer, com licença moço. 
- Está bem, vai lá e bom apetite pra senhora, tá? 
- Obrigada querido.

- Ah, olha ele vindo ali. 
- Então é ele que quer falar comigo? 
- É sim, é esse moço lindo e gentil.

- Então o que foi? 
- Bem, o senhor está contratando? 
- Olha cara, eu não contrato homens para trabalhar aqui. 
- E por que não? 
- Porque eu não gosto de trabalhar com homens. 
- Eu sei porque você não gosta.

- Você é um safado! 
- Do que voce está falando, moleque?! 
- Eu sei o que voce fez com a Melissa, seu desgraçado! 
- Que Melissa? Vou pedir que se retire daqui! 
- Não se faça de idiota! Aquela que trabalhou aqui que voce estuprou, seu safado! 
- Ah então é isso, voce veio aqui pra falar besteiras. 
- Confesse agora mesmo o que voce fez, seu cagão!

- Bom, eu pedi que ficasse em segredo a nossa relação. 
- Mas que droga de relação?! 
- A gente teve um caso, eu confesso, e ela quis ir pra cama comigo, e olha foi muito bom. 
- Mentira! Voce levou ela a força, ela me contou. 
- Voce deve ser o namorado dela. Olha, não fique com ciumes, ela só falou isso pra não te chatear, eu acho. 
- Cala a sua boca, voce pegou ela a força, ela está sofrendo por sua causa, seu desgraçado!

- Eu tenho mais o que fazer ao invés de ficar pegando mulher a força! Faça-me o favor, vai! 
- Você merece uma mão na cara bem forte! 
- Se você não for embora agora, eu vou chamar a polícia! 
- Pois chame, que você vai preso, eu vou denunciar você!

- Pra sua informação, eu sou amigo intímo da polícia da cidade, todos me conhecem, então eu nunca vou ser preso. 
- Só me faltava essa agora, os policias daqui serem safados que nem voce. 
- Isso não é da sua conta. Acontece que nada do que voce fizer vai me colocar na cadeia, nem ela e nem voce tem como provar o que eu fiz. 
- Talvez tenha com um exame, sei lá, mas isso não vai ficar assim.

- Me responde uma coisa, voce usou preservativo? 
- Te interessa?! 
- Eu e ela precisamos saber, anda, responde! 
- Mas é claro que eu não usei, que pergunta idiota! 
- E por que não?! Não pensou que voce poderia engravidar ela, cara?!! 
- Quem mandou ela ser gostosa, hein? Eu nem pensei nisso, ela me deixou louquinho, sabia? Aposto que eu faço melhor do que você, e que ela gostou.

- CALA A BOCAAAAAA!!

Marcos tirou rapidamente a arma que estava dentro de sua jaqueta.

- PRO CHÃO AGORA! 
- O que é isso cara, fica calmo. 

Era a primeira vez que uma arma era apontada para a sua cabeça.

- Você é um moleque muito atrevido, sabia? 
- Cara, me desculpe, eu vou embora. 
- Embora? Tarde demais, agora eu quero usar a minha arma. 
- Não faz isso, eu juro que vou embora, esquece que eu vim aqui. 
- Você me deu um soco na cara, agora eu vou retribuir com um tiro na sua cabeça. 
- Que isso cara, vamos conversar.

- Você não está acreditando que eu vou atirar, não é? Pois olhe bem pra ponta dessa arma, que você vai ver a bala saindo em direção a sua cabeça. 

A arma foi disparada uma vez perto dos pés de Vitor, que já estava no chão.

- Por favor, não atire em mim. 
- SE ARRASTA, ANDA! 
- Como assim, cara? Pára com isso. 
- Quero te ver se arrastando para trás com medo que nem uma mulherzinha.

- Não está ouvindo eu mandar, não?! Vai morrer agora! 
- Calma, não me mate, por favor. 
- Você quer um tiro na garganta, ou quer que eu chame os policias daqui, pra te levarem no mato e dar um fim em você?! ESCOLHE! 

Naquele momento o nervosismo era grande, e o medo de morrer impedia Vitor de falar alguma coisa, praticamente já prevendo que seria suas ultimas palavras, pois estava sem escolha com uma arma na sua gargando prestes a ser disparada.

- O que é isso, meu Deus do céu?! 
- Parada aí, senão eu atiro em você! 

Imediatamente Vitor se levantou e saiu correndo em direção a porta ao mesmo tempo em que Marcos atirou no ombro de sua ajudante.

Marcos foi correndo atras de Vitor tentando mirar a arma para ele.
- Você não vai fugir seu moleque! 

Duas balas acertaram Vitor, uma na perna que fez ele cair no chão e a outra na barriga fazendo ele permanecer deitado. Já era possível ver seu sangue escorrer imediatamente.

Seu coração estava disparado, quase perdendo a respiração, suas mãos geladas e trêmulas tentavam levantar seu corpo que agora estava fraco.

- Levanta agora babaca! 

Marcos virou o corpo de Vitor como se fosse um boneco e encheu a cara dele de soco, descontando toda a sua raiva e sem se importar se alguém veria aquela cena.

- Aprende! Aprende a não se meter comigo, seu idiota! 

- Por favor uma ambulância, eu estou baleada! 
Tem um louco espancando um rapaz aqui fora do restaurante, por favor, me ajude, ele quer matar-lo, eu nunca vi nada igual na minha vida! 

- PARE! Deixe ele em paz, eu chamei a policia, seu covarde! 
- Velha entrometida!

Embora a polícia não fosse assustadora para ele por ser amigos de todos os policias da cidade, ele saiu correndo, levando sua mão marcada pelo sangue de Vitor.

- Ai, meu Deus ele nem está acordado! 

Mesmo desacordado, Vitor não parava de cuspir sangue.

- Moço, aguenta que a ambulância já está vindo, por favor.

- Amiga, sabia que eu estou até me sentindo melhor agora? 
- Ainda bem, que bom pra você. 
- É sério, eu começo a achar que a gente nunca combinou um com o outro mesmo. 
- É porque você nunca gostou dele de verdade.

- E é melhor você não falar mais nele, porque eu não tive a ideia de sair pra você ficar se lembrando daquele besta. 
- Por que voce está falando assim, toda esquisita comigo? 
- Nada não. Eu só quero comer alguma coisa, tomar um suco, que tal? 
- Sei... então vamos né.

- Você vai sentar aí mesmo? 
- Vou, por que? 
- Nada, ah você parece que está estressada. 
- Eu hein, você está louca.

- Gatinhos?! Ai meu Deus obrigada! 
- Xiii menina senta a bunda na cadeira e vê se disfarça pelo menos né lazarenta!

- Ah Camila, é que eu só quero me sentir melhor, eu preciso me divertir. 
- Pois tem um vindo para cá agora mesmo, mas se contenha.

- O que desejam, moças? 
- Devemos falar mesmo? 
- Claro, eu tenho que anotar o pedido.

- Anota o numero do meu telefone. 
- O que é isso moça? 
- Vai me dizer que você não quer o numero do meu telefone? 
- Olha moça, eu estou trabalhando agora. 
- E daí, será que você não sabe beijar na boca em qualquer hora, meu filho?

- Moço, eu vou querer um cachorro quente. 
- E você vai querer o que? 
- Bem além de você, eu quero um cachorro quente também. 
- Já vou buscar, com licença.

- Cara, parece que tem uma mulher maluca dando em cima de mim. 
- Ah cara, eu sei, e por que você não dá uns pega nela? 
- Eu não sei se devo, essa parece ser das piores que eu já vi por aqui. 
- Aproveita cara, senão eu pego, ela é bem gatona.

- Posso me sentar aqui? 
- Pode.

- Será que eu posso saber o seu nome? 
- Claro, me chamo Cristian... e você? 
- Camila, e eu sou toda sua se você quiser. 
- Bem, na verdade eu adoraria ter você. 
- Eu sei que sim, mas você está sendo muito devagar, meu filho. 
- Estou trabalhando agora, depois espera pra ver.

- Eu espero, mas quero ver se você vai aguentar esperar pra se divertir. Vou lá, estou esperando o meu cachorro quente, hein!

- O que você está aprontando, amiga? 
- Você não viu? Eu vou beijar muito hoje, eu espero. 
- Você fala pra eu me contentar mas já até arrumou alguém e até me largou aqui sozinha. 
- Vai arrumar um pra você também, querida.

- Cara, você vai fazer alguma coisa com ela mesmo? 
- Claro que eu vou, Renato. Por que a pergunta? 
- Ah sei lá.... então, boa sorte com ela. 
- Eu não vou namorar, eu só vou dar o que ela quer.

- Oh Cristian, você já anotou na folha, cara? 
- Já maluco, deixei em cima do balcão, cara!

- Hum, quero ver ele prepara lanche gostoso, daí eu posso pensar em me casar. 
- Deu pra virar comediante agora, amiga? 
- Só podia né lazarenta! 
- Claro né loira oxigenada. 
- Vai trocar a tinta do seu cabelo, minha filha. 
- Vai voce que nem disfarça que é loiro falso.

'' Ah que encrenca que eu me enfiei... agora eu preciso contar tudo pro Vitor pra ele socar a minha cara logo de vez, não quero esperar mais.''

- Oi Laura. 
- Daniel? 
- É, posso entrar? 
- Claro que pode.

- Você sumiu menino! 
- Pois é, eu nem sei porque eu não vim mais aqui. 
- Agora vê se aparece mais vezes, com ou sem o Vitor. 
- É mesmo, eu acho que eu posso te visitar sem ele.

- Claro que pode, eu vou ficar muito feliz em te ver, sabia?- sua voz doce praticamente declarando algo a mais. 
- Ah vai é? Se é tão importante pra você, eu venho aqui mais vezes. 
- Eu posso confiar que você vem me ver? Por favor- novamente sua voz doce. 
- Claro que pode, olha, eu tento voltar amanhã de novo.

- Então, o que você veio fazer aqui? 
- É que o Vitor não atende o celular, e ele não está na casa dele, e eu preciso muito conversar com ele. 
- Bem, ele foi morar com a Melissa em outra casa. 
- Caramba, dessa eu nem sabia! 
- Estranho você não saber, vocês não se desgrudam. 
- Nada, as vezes ele demora pra me contar algo. Ah eu nem posso falar muito, eu não faço diferente.

- Mas o que aconteceu? Algum problema? 
- Mulheres, esse é o problema e dos grandes. 
- Esse é o seu problema, mulheres? 
- Ah é sim, são todas malucas, pelo amor de Deus.

Laura se virou decepcionada por descobrir que Daniel certamente não estaria sozinho, e rapidamente o seu tom de voz mudou de doce para triste.

- Então eu não posso te ajudar mesmo. 
- Opa! Eu não quis dizer que você também é maluca, é só algumas mulheres. 
- Não, tudo bem, não é isso. 
- Então é o que? 

- Nada. É melhor você resolver o seu problema antes que fique tarde. 
- Hum... então tá, é melhor mesmo. 
- Você quer o endereço da casa deles? Pode ser que voce o encontre lá. 
- Não, outro dia eu falo com ele então. 
- Você é quem sabe... 

'' Ela está estranha... alias, mulher é estranha, eu estou falando, são muito malucas...''

- Você está bem, Laura? 
- Estou. E, olha só, quando você quiser me ver, aparece aqui, não precisa ser amanhã, você tem seus problemas pra resolver. 
- Que isso, Laura, eu venho amanhã sim pra te deixar feliz, está bem? 
- Está bem, eu vou esperar por você. 

- Tchau Laura, eu já vou embora. 
- Tchau... Daniel.

'' Ah Daniel, eu queria ter coragem de dizer que infelizmente eu sou apaixonada por você, desde quando eu não sei mas é só você aparecer na minha frente que eu não tenho dúvida.''

'' Acho que ele não me acha bonita, se nem eu me acho como é que eu quero ele pra mim assim? '' 

Mais Tarde na praia...

Daiane e Camila ainda estavam na lanchonete da praia, e agora dançando ao som bem alto.

- Você vai lá falar com ela? 
- Vou agora.

- E aí, ainda tenho chance com a princesa? 
- Você está com sorte, eu ainda quero você, concerteza.

'' Eu não estou gostando dessa Camila me deixando sozinha feito besta aqui enquanto ela se diverte com as sacanagens dela. ''

- Voce vai ficar sozinha aí? 
- E tem outro jeito? Se tiver voce me fala. 
- Sua amiga parece ser maluca. 
- Ela é chata de fazer isso comigo isso sim.

- Sabe, eu notei voce e te achei bem bonitinha. 
- É sério? Quer dizer, obrigada, também te achei bonitinho. 
- Então, será que eu posso sentar mais perto de voce? 
- Claro, chega mais!

- Eu não sei porque, me parece que você está chateada com alguma coisa. 
- Bem, eu estou sim e é por isso que eu estou aqui, eu pretendia esquecer um problema. 
- Eu posso te ajudar? Fazer alguma coisa? 
- Na verdade, eu acho que você pode sim.

- Assim? 



Renato deu um beijo levemente suave em Daiane que já estava esperando por isso.  

- Olha lá os dois, o que será que eles vão fazer? 
- Sei lá, parece que eles nem viram a gente aqui.

- Aqui é escuro assim mesmo? 
- Não, é só acender a luz, maluca!

Foi ali mesmo, no banheiro da lanchonete, 
que Camila decidiu cometer mais uma de suas loucuras, por diversão.

- Eu vou embora, a Camila nem vai sentir a minha falta. 
- Espera eu quero te falar uma coisa.

- Pode falar. 
- Eu estou adorando ficar aqui perto de você. 
- Então, acho que eu devo ficar aqui com você, não é mesmo? 
- É isso mesmo. E eu quero o numero do seu celular, quero te ver mais vezes. 
- Vai com calma, a gente nem se conheceu direito e voce já parece um bobinho apaixonado. 
- Pode ser que eu esteja. 

- Mentirosinho, você não vai me iludir. 
- Será que não?