Continuação 02

- Não, eu estou com você porque eu te amo. Não gosto dele como você pensa.
- Não! Pois não parece Isabela Fagundes!

- André! Você não acredita no meu amor por você?! É isso?!
- Agora a única coisa que eu acredito é que eu posso deformar aquela cara branca do Paulo!

- É sério que você quer mesmo partir pra briga?! Não pensei que você fosse capaz de tanto, André!
- Claro que não pensou, você não me conhece muito bem.

- Quer saber? Acho melhor darmos um tempo no nosso relacionamento, eu não me sinto bem.
- Só que você vai acabar terminando depois, porque aquele imbecil não vai se desgrudar de você.

- Vai embora da minha casa, e me deixa em paz! Parece até que você não se importa com o que eu estou sentindo agora, e só veio me irritar! Não está ajudando nem um pouco, André!
- Não é verdade, mas eu vou mesmo embora.

- Cara, você não tem namorada não?
- Não, mas eu queria a amiga da minha irmã, a Vanessa, não sei se você conhece.

- Conheço, é minha amiga também, mas só porque eu ainda não tive nada com ela. Na verdade, eu sou louco pela sua irmã desde o primeiro dia de aula do ultimo ano.
- Fala sério! Ela está namorando o André.

- Eu sei disso, mas não gosto dele e não aceito isso.
- Também não gosto dele. Desde pequeno, ele sempre foi chato e mentiroso, não deve ter mudado tanto.

 - Mas ela gosta mesmo é de mim, dele ela sente só pena. Sei que ela só está com ele porque ela quer melhorar o jeito do cara, mas isso nunca dá certo. Você podia me ajudar a ficar com ela. O que acha?
- Eu? Mas o que eu posso fazer? Parece que ela gosta dele.

- Você podia conversar com ela, poxa.
- Não posso, ela já me pediu para não me intrometer no namoro dela, cara! E além disso, ela fica brava comigo. E quem me garante que você é bom pra ela?

- Deixa pra lá, então. Eu mesmo faço isso, vai ser melhor.
- Cuidado com o que você vai fazer, não esquece que ela é minha irmã!

- Paulo, eu quero falar com você, vem cá.
- Está vendo isso? Ela quer falar comigo, até que enfim!
- É, vai lá, outro dia a gente continua o jogo.

- O que foi? Ele ainda está aqui?
- Não, ele foi embora.

- Se ele foi embora por minha causa, eu te peço desculpas.
- É, ele foi por sua causa! Ele ficou com ciumes e está querendo brigar com você, sabia disso?

- Deixa ele, eu estou aqui pra ficar ao seu lado neste momento difícil.

- Acho que depois de tudo, é melhor você ir embora agora.
- Ah que isso! Não vou fazer o mesmo que ele, eu vim pra ficar.

- Você queria que ele fosse embora. Paulo!
- Não mesmo. Que ideia é essa?

- Quer soltar a minha mão?!
- Poxa, Isabela!

- Você fica tão linda quando está brava, sabia? Deixa-me ficar, vai.
- Desculpa, mas eu quero ficar sozinha.

André observava tudo do lado de fora, pelo vidro da porta.

- Desgraçado! Ele vai ver só com quem ele está mexendo!

- Não vou falar de novo, vai embora Paulo! Eu só quero ficar sozinha!

- Eu vou... Perdão Isabela.

- Ei, seu aguado! Pode ficar paradinho aí!

- Mas o que você está fazendo?

- É melhor você parar de ficar de gracinha com a minha namorada, cara!

- Sua namorada, mas que antes era MINHA!

- Só estou fazendo o que eu tenho que fazer. Você não vai ficar com ela por muito tempo, ela está sensível e  não vai te aguentar por muito tempo! Você não presta para ser o namorado dela, eu sei disso!

- Ah que isso?! É uma dor de cotovelo, é? Você não sabe nada de mim, seu retardado!

- Todo mundo da escola sabe e eu vi muita coisa. Quem você quer enganar? E não me chame de retardado!

- E daí? Você não sabe de nada, eu nem sou mais aquele cara lá. E você está com medo de mim, eu sinto isso!

- Escuta, ela só está com você porque ela queria mudar o seu jeito de ser, mas não te ama!

- Que história é essa?! Não cara, ela me ama, ela até cuidou de mim quando fiquei doente!

- E depois que sarou você fumou um cigarro assim, não foi? Mas não na cara dela, não é?

- O QUE VOCÊ QUER?!

- Cala a boca, seu falso! Mas não precisa esconder nada dela não, ela sabe muito bem o que você faz, só que ela quer te ajudar! Infelizmente, ela está perdendo o tempo dela enquanto podia ficar comigo que sou muito melhor do que você e não sou um marginal e mentiroso!

- Odeio quando me chamam dessas coisas... Odeio.

- O quê? MARGINAL?! Mas é isso mesmo que você é! O que foi, vai me agredir?!

- Nossa cara, é melhor você calar a boca!

- Pode vir, seu barraqueiro!
- Cara! Que idiotice é essa?!
André começou a ficar mais nervoso e tentou empurrar Paulo.
- Sossega, ou eu terei que fazer isso à força!
- Vem logo!

- Oh, vem logo? Cara, você perdeu o juízo?
- Vem!
- Coloca na sua cabeça o seguinte... Eu posso deformar o seu rosto de boiola fresca em segundos!
- Duvido marginal!

No mesmo segundo, Paulo socou o rosto de André, que por pouco não caiu no chão.
- Ei! O que você está pensando?!

Alguns minutos depois...

- Viu só?! A polícia está vindo, seu aguado!

- Ótimo! Vou contar que você começou a me agredir!

- Tá maluco?! Eu acabo de te matar depois!

- Isso mesmo! Você tem mesmo que ir pra cadeia!

- E agora, seu loiro fresco?!

- Podem nos dizer o que está acontecendo aqui? - perguntou o policial.

- Conta para eles, André!

- Eu só estava acertando as contas com esse metido aqui, depois de tudo o que ele fez e por ter socado a minha cara!

- Saí fora, você que me seguiu, seu malandro!

- Você quer roubar a minha namorada!

- Você que roubou ela de mim! Ela não merece uma porcaria feito você, se toca!

- Opa, se acalma garoto.

- Como é que eu posso me acalmar com esse cara desgraçado que pensa que pode atrapalhar a minha vida?!
- Escuta cara, eu não tenho culpa se ela quis ficar comigo, e você não pode querer separar a gente!

- Vocês não podem conversar sem se agredirem?
- Mas foi ele quem começou tudo isso. policial.

- Mentiroso! Você que me socou quando estávamos conversando!
- Então, não precisava disso mocinho. Não é melhor você deixar o rapaz em paz?

- Você quer dizer deixar ele ficar com a minha namorada?
- Pelo o que sei a namorada é dele.
- Claro que é minha, esse loiro é burro mesmo!

- Me desculpe então, da próxima vez tento só conversar com ele, policial.
- Assim é bem melhor. Não podemos ficar parando briga de meninos na rua quando temos outros problemas a resolver.
- Se esse aguado mexer comigo outra vez, eu não vou perdoar, e ele sabe disso.

- Agora os dois para dentro da viatura. Vamos levá-los para casa e garantir que isso não acontecerá de novo.
- Mas minha mãe não pode saber disso, policial.
- Ah pára de ser fresco, cara! Sua mãe nem deve ser como a minha.

- Meu filho, o que aconteceu?

- Relaxa que o policial vai contar tudo, mãe.

- Senhora, encontrei o seu filho brigando com outro rapaz na rua por motivos de ciumes, eu acho, tem a ver com a namorada dele. 

- Meu Deus... Mas, obrigada policial.

- Ei, você é aquela coisa linda da boate, não é mesmo? Você é muito bonita, moça.

- Muito obrigada... E, muito obrigada por trazer o meu filho.

- André, abre a porta, quero falar com você.

- Espera um pouco mãe.

- Me deixa ver o seu machucado. menino! Você é louco de brigar na rua, André! Não tem vergonha não?!

- Nem um pouco! Eu queria mesmo ter acabado com a cara toda dele, aquele ridículo!

- Me deixa ver a sua cara, menino.

- Não mãe.

- Menino! Olha só a sua cara, seu louco!

- Acho bom você ter uma boa explicação para ter brigado com outro, André!

- Calma mãe! Você fica estressada, eu hein!

- É o seguinte... O cara é amigo da Isabela, só que ele ficou me provocando na frente dela, dizendo que ele era namorado dela antes e que eu só atrapalhei, e ainda me fez brigar com ela. Então, eu fui atras dele pra pedir pra ele deixar ela em paz, mas aí tudo começou porque ele deu um soco na minha cara... Entendeu?

- Não entendi direito essa história não. Mas eu não quero mais saber de briga outra vez, moleque!

- Vai tomar um banho, lavar essa cara e depois quero ver como ficou. Mas com certeza ficará uma cicatriz e o seu pai saberá disso tudo. 

- Eu sei, só que eu não ligo.

- Você está linda.

- Pensei que você não fosse mais aparecer.

- Eu estava resolvendo uns assuntos. Como é que você está?

- Bem, estou bem.

- Sabia que eu estava morto de saudade de você, linda? Estava louco querendo ver esse seu sorriso encantador.

- Nossa! Então, você gosta mesmo de mim?

- Claro! Não duvide disso.Preciso provar ou você acredita, linda?

- Ah, acho que não precisa não.

- Que tal darmos uma volta pela cidade e depois irmos na minha casa?

- Seria legal, de verdade, mas estou sozinha e não posso sair agora.

- É uma pena... Então, o que você quer fazer?

- Na verdade... Acho que eu queria mesmo é conversar com você.

- O que foi? Fala.

- Não sei se podemos continuar juntos, é isso.

- Se você não sabe, posso deixar você pensar um pouco desde que eu receba um beijo seu agora mesmo.

- Um beijo? Está bem, eu posso dar um beijo.

- Se você está confusa eu te respeito, gata. Não quero te forçar a nada.pode acreditar.

- Nossa, você é muito compreensivo.

Paulo se aproxima.

- Ah, oi Paulo.

- O que você está fazendo Vanessa?

- Nada. E você o que faz aqui?

- Bem, eu quero conversar com você e é muito sério.

- É, pelo visto é sério mesmo. O que é isso no seu rosto? Por acaso você brigou com alguém, Paulo?

- Isso mesmo, só que não é só isso. 

- Meu amor, tenho que conversar com ele. Podemos nos ver outro dia, talvez amanhã?

- É claro. Eu também tenho que ir mesmo, preciso resolver umas coisas.

- Você vai me contar quem é aquele cara, Vanessa?

- Pode deixar, mas vamos subir pro meu quarto.

- Sua cara está muito engraçada, Paulo. Com quem você brigou?

- Foi com o André, aquele ladrão de tudo.

- Por que?

- Ele apareceu na casa da Isabela quando eu estava lá pertinho de ficar com ela.

- Mentira, ela não vai ficar com você.

- Não ainda, mas vai sim, depois que eu contar o que ele fez comigo.

- Paulo, eu não acredito que você esteja mesmo querendo ficar com a Isabela.

- Eu quero muito e farei o que for preciso.

Continua...